Quando ficamos a sós...
Uma relação íntima com outra pessoa é algo muito complexo. Sexo. Amor. Cada cabeça a sua sentença.
Não dá para definir até que ponto é que alguém se consegue despir para outro alguém. E despir pode ser muita coisa... Desde dar total visibilidade à nossa pele, a dar total visibilidade à nossa alma.
Depende muito da perspetiva que temos e que criamos. Depende de onde estamos nesta vida e também de onde viemos. Depende de como vemos o nosso corpo, de como nos olhamos ao espelho e de como confiamos em quem passa ao nosso lado.
Há quem consiga ter uma visão clara e com todos os pontos bem separados do que está a fazer. Há quem consiga se despir sem se mostrar por completo. Fazem o que têm a fazer porque se inventaram o prazer não foi só por acaso.
Mas também há quem se olhe ao espelho e se queira tapar de si mesmo. Há quem olhe para o lado e não dirija se quer o olhar pois não têm nada a ver com isso. Há quem não saiba sentir prazer sem se despejar de todas as camadas de proteção que carrega no dia a dia. E quando querem senti-lo, entregam-se, de corpo e alma, despem-se de tudo. Talvez carreguem o seu coração demasiado perto e de forma demasiado constante. Só sabem fazer amor... E claro, não vão fazê-lo com qualquer pessoa.
Somos o nosso próprio tesouro. Ou temos controle suficiente para saber que camadas destapamos, ou, se não, temos esses mecanismos, apenas controlamos a quem mostramos o nosso ser mais completo.
Talvez isto seja um assunto só de mulheres. Mas há mulheres que se despem... E há mulheres que se entregam. Nenhuma delas é melhor que a outra. Ambas têm um dom em conseguir fazê-lo como fazem. Todas têm uma história para contar, um caminho a percorrer, e, a mal ou a bem, com mais ou menos pedregulhos pela frente, um coração para amar.